terça-feira, 3 dezembro, 2024

Na Semana da Pessoa Idosa, MS celebra 20 anos de estatuto com o mesmo astral de dona Terezinha

Se a comemoração de duas décadas do Estatuto da Pessoa Idosa seguir o ritmo de uma de suas contempladas, dona Terezinha Pantaneira, terá festa para mais de mês. Aos 74 anos, a trovadora esbanja energia de quem foi testemunha de muita história e segue festejando a vida.

“Eu adoro essa pergunta de qual a minha profissão. Eu falo cientista social, mas que eu criei, porque formação acadêmica eu não tenho. Fui funcionária pública federal, estadual e municipal, e fiz parte dos cabeças que criaram o SUS na década de 80, na época da Constituição”, conta.

Terezinha de Jesus Garcia Ferreira diz que fez de tudo um pouco para criar quatro filhos, de empresária, representante comercial, corretora, vendedora de salgados até hoje ser aposentada. Mas se tem uma coisa que ela gosta de falar é de envelhecimento, até mesmo como um alerta.

“Vocês não vão morrer cedo. Se a minha geração está chegando aos 100 anos, você vão chegar aos cento e tantos. Então, a gente precisa começar a questionar e adequar as legislações. Idoso não é incapaz”, adverte.

Militante de movimentos sociais desde adolescente, dona Terezinha soma 60 anos de luta que nem as sequelas da Covid conseguiram limitar. Hoje em uma cadeira de rodas, ela mora em Sidrolândia, mas está sempre presente em qualquer evento quando é convidada.

E foi justamente na pandemia que Terezinha, assim como muitas pessoas idosas, ficou tolhida de ir e vir, mas descobriu um mundo sem fronteiras pelas redes sociais. “Eu tenho o espírito nômade, e quando fui obrigada a ficar dentro de casa, comecei a participar de um grupo de trovadores, e passei a gostar daquilo. Trova não é fácil não, é o sistema mais difícil de poesia, que em quatro linhas você precisa falar sobre um tema, com começo meio e fim, e rimando a primeira e a terceira, a segunda e a quarta, e cada linha só pode ter 10 sílabas tônicas”, ensina. 

Todas estas regras trouxeram um gostinho de desafio que a trovadora adora. “Para a memória, na minha idade, isso é uma coisa maravilhosa, e uma forma de eu me ocupar, ser útil e fazer a diferença”, descreve. Assim “nasceu” a Terezinha Pantaneira nas redes sociais. 

Governo de MS